Carta as entidades dos oficiais de justiça de todo Brasil

Carta as entidades dos oficiais de justiça avaliadores federais do trabalho e demais entidades de oficiais de justiça do Espírito Santo e de todo o Brasil.

Senhoras e senhores, dirigentes da categoria dos oficiais de justiça.

Francisco-Ladislau

Oficial de Justiça Francisco Pereira Ladislau Neto, assassinado em Barra do Piraí. Foto: Reprodução.

Como é do conhecimento de todos, o oficial de justiça avaliador federal, Francisco Pereira Ladislau Neto, Chicão, Kiko, meu filho de apenas 25 anos – completaria 26 anos no próximo dia 25/11/2014 -, foi estupidamente assassinado na tarde da última terça-feira, dia 11/11/2014, na cidade de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, onde trabalhava desde o dia 29/08/2014, depois de uma passagem na mesma função, em Joaçaba, Santa Catarina.

Entenda o caso

Ele foi aprovado em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Este último seu Estado, onde esperava ser chamado para aqui trabalhar e ficar em família. A nossa tristeza, amargura e não sei o que lá mais não vai acabar nunca.

Eu sou Jornalista e Bacharel em Direito. Há alguns anos – não lembro o ano -, fiz uma reportagem para o jornal A Gazeta, Vitória-ES, onde trabalhei por 37 anos, justamente sobre a falta de segurança dos oficiais de justiça aqui do Espírito Santo. Anos depois perdi meu filho em razão da violência que existe diariamente contra os oficiais de justiça do Espírito Santo e de todo o Brasil.

Em razão de todos os fatos, como pai, quero me colocar a disposição de toda a categoria para lutar por melhores condições de segurança dos Oficiais de Justiça, sejam eles federais ou estaduais. Estou na luta de todos vocês, pois não quero o sofrimento que eu, a mãe, os irmãos, parentes a amigos de Francisco estamos tendo, estamos passando. É uma dor muito forte, perder qualquer pessoa de nossas famílias em qualquer circunstância, mas a forma cruel com que Francisco foi morto nos deixa ainda mais triste, perplexo com a violência. Contem comigo para quaisquer atos e manifestações em qualquer parte do Espírito Santo e do Brasil.

Estarei na próxima sexta-feira, dia 21/11/2014, no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, no Rio de Janeiro, quando Francisco será homenageado pelo colegiado do TRT-RJ e já cobrarei com veemência a negligência daquele Tribunal para com meu filho e outros oficiais, pois FRANCISCO foi jogado naquela missão específica de citar uma pessoa, quando todos da Vara do Trabalho e do Tribunal sabiam que outro oficial já havia sido agredido pela família que seria citada.

Quero explicações. De que forma mandam o oficial de justiça Francisco Pereira Ladislau Neto citar no mesmo local uma pessoa, cuja família já havia agredido um outro oficial? Dói muito este fato, esta negligência, esta irresponsabilidade. O resultado foi a morte de meu filho.

Francisco Pereira Ladislau Filho, Chico Pardal – jornalista e bacharel em direito, pai de Francisco Pereira Ladislau Neto, bacharel em direito no exercício da função pública federal, de Oficial de justiça avaliador federal.

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